Nesse ponto, eu já quase considero Bolsonaro o novo presidente, a não ser que a esquerda decida ter amnésia coletiva e começar a apoiar a Marina Silva ou alguém do tipo Joaquim Barbosa decidir disputar.
Mas ao mesmo tempo, tirando os próprios filhotes, ele tem um poder basicamente nulo de transferir voto (o que é semelhante com Marina Silva e randoms que entrem). Na falta de forças progressistas (liberais ou de esquerda) no congresso, 2018 vai ser outra vez um congresso conservador-patrimonialista como o atual.
Aí pensamos o cenário de uma Marina Silva vetando coisa a rodo e direito se for consistente com o que ela irá defender em campanha (e aí vai ser o dilema do PT com a governabilidade, isso em uma época que se provou que satisfazer as vontades do conservadorismo pela governabilidade não te garante porra nenhuma, aí vamos uma presidente batendo cabeça com o congresso e isso não é bom).
O outro cenário é um Bolsonaro decorativo e inútil, mas que diz "sim" à tudo que há de pior em termos de bancada da bala, bíblia e boi. Que é uma versão turbinada dos nossos problemas de sempre e, portanto, incapaz de resolver qualquer questão. Exceto que ele vai se tornar o ponto focal de toda "guerra cultural" esquerda vs direita e o país vai ser mais polarizado que nunca.
As duas versões mostram um presidente fraco e patético, sendo ora meramente obediente (Bolsonaro) ou simplesmente oscilar entre antagonismo/hipocrisia (Marina. Quero acreditar no primeiro, mas-né).
Seja como for, acredito que a conclusão de presidentes tão fracos será o parlamentarismo.