Eu concordo com essa reclamação de pessoas que tentam usar a regra do "one drop" no Brasil quando o antepassado é lá de trás não deveriam ter direito a cota. A regra do "one drop of blood" americano surgiu na época da abolição deles, quando essa regra era usada para segregar a população e proibir o casamento entre pessoas brancas e negras e depois foi recuperada para reparar os problemas históricos do racismo, não faz muito sentido usar essa regra aqui no Brasil em que a miscigenação foi até política de estado (por motivos meio nazistas, mas enfim).
Também concordo que tenha que ter um meio de evitar fraudes, mas não sei se a comissão é o melhor meio para isso exatamente por conta de casos como o dos gêmeos da UnB, em que um gêmeo foi aceito como cotista e o outro não, mesmo sendo idênticos pelo que me lembro. Também entra aí a questão de um irmão ser um pouco mais claro que o outro, como mencionado em uma outra matéria ali pra cima de um cara que estava falando dos netos, realmente o mais claro vai sofrer menos preconceito durante a vida, mas é justo não deixar ele ser cotista? Porque a cota também tenta reparar a situação que levou a família dele ao ponto onde ela está hoje, então embora ele não sofra tanto racismo no dia a dia, ele conviveu nas mesmas situações que o irmão dele, passou por dificuldades parecidas, provavelmente estudou nas mesmas escolas entre outras coisas. Não que eu esteja querendo diminuir a importância do racismo direto na vida da pessoa, mas políticas públicas tem que considerar vários fatores menores mesmo que eles sejam menos importantes que um outro. Eu de certa forma ainda acho que deveríamos avaliar pelo critério da autodeclaração, mas acho que como forma de diminuir as fraudes a pessoa também precise apresentar a autodeclaração dos pais, por exemplo.